Psicologia “Paratodos”


 


Com o intuito de possibilitar a melhor e maior disseminação da atuação que a clínica psicológica da FMU tem exercido junto à comunidade, faremos uma série de publicações relacionadas a esse assunto, que interessa a todos que buscam auxilio ou maiores informações sobre os diferentes tipos de atendimento oferecidos.

A clínica possui 5 áreas distintas com a intenção de oferecer tratamento psicológico especifico para as mais diferentes demandas da população, estas são: preventiva, escolar, organizacional, aconselhamento e psicodiagnóstico. Todos os projetos desenvolvidos dentro de cada área são realizados por alunos de 9º e 10º semestres, sempre supervisionados por professores especializados. 



O horário de funcionamento é de segunda a sexta das 8:00 ás 20:00 horas e sábados das 8:00 ás 15:00 horas.

Divulguem! 

A atenção psicológica é imprescindível. 

CORPOLOUCO

Evinha Sampaio está apresentando Nau do Asfalto, o resultado cênico do seu doutorado, gratuitamente, em faculdades, escolas de Ensino Médio, EJA, ONGs, Centros de Convivência, CAPSs, entre outros. Após as apresentações será realizado um debate. Se for do seu interesse receber em seu espaço o espetáculo, por favor, entre em contato pelo e-mail: mebarea@gmail.com.

Assista ao vídeo com depoimento de Evinha e cenas da peça no TUSP.


Para a criação deste espetáculo de teatro-dança, partiu-se do movimento do corpolouco, corpo do doente mental que mora nas ruas de São Paulo. Estes movimentos provocam e são provocados pelos anteparos cênicos, que trazem imagens do cotidiano urbano dessa nau do asfalto, e procuram concretizar, em cena, saudades da infância, de um grande amor, um cheiro... As informações colecionadas por este corpolouco são teorizadas por meio da Teoria Corpomídia, das Profªs. Dras. Helena Katz e Christine Greiner.

A pesquisa de doutorado é orientada pelo Prof. Dr. Armando Sérgio da Silva, da ECA – USP, e coorientada pela Profª Dra. Helena Katz, da PUCSP.

Fontes:

Psicologia X Psiquiatria


A muito se debate quais são as áreas de atuação especificas dos psicólogos e psiquiatras, que um dia já digladiaram pela hegemonia no tratamento das doenças mentais, ambas são ciências relativamente novas, entretanto uma cresce no terreno da medicina e permanece nele se tornando a psiquiatria, a outra nasce no terreno da medicina, mas torna-se uma ciência independente sendo muito bem assistida pela filosofia, sociologia, pedagogia, antropologia, dentre outras.

Durante a leitura do livro de Augusto Cury intitulado “O Futuro da Humanidade” pude apreciar uma interessante explanação que o personagem Marco Polo, um “excêntrico” psiquiatra, faz sobre a psiquiatria e a psicologia na atualidade. Este diálogo ocorre ao final de uma conferencia sobre depressão que o psiquiatra conduz para psicólogos em seu último ano de formação.

“Em tese, os medicamentos produzem efeitos mais imediatos, enquanto a psicoterapia, mais duradouros. Entretanto, nem por isso a psiquiatria é superior à psicologia. As duas ciências são complementares.
- E porque são separadas – indagou uma intrépida estudante.
Essa pergunta era curta, mas suas implicações eram grandiosas. Ela tocava na evolução da ciência na formação de dezenas de milhares de profissionais (psiquiatras e psicólogos) e afetava a vida de milhões de seres humanos que anualmente adoecem psiquicamente. Como Marco Polo não tinha medo de opinar, disse taxativamente o que pensava:
- Para mim a psiquiatria e a psicologia estão separadas porque a ciência esta doente. A Psiquiatria e a psicologia se desenvolveram separadas no século XX. A psicologia tornou-se uma faculdade separada e a psiquiatria, uma especialidade médica. Elas deveriam unir-se, pois a mente humana não esta dividida, o ser humano é indivisível. Em minha opinião, a psiquiatria deveria ser uma especialidade da psicologia e não da medicina.
Os alunos deliraram. Irromperam em aplausos pela elevação do status da psicologia diante da poderosíssima psiquiatria. Jamais imaginaram que ouviriam esse parecer de um psiquiatra. Marco Polo completou:
- Os psiquiatras saem bem formados na compreensão do metabolismo cerebral e na ação dos medicamentos, mas malformados na compreensão da personalidade. Os psicólogos, ao contrario, saem bem formados na compreensão da personalidade, mas malformados na compreensão do cérebro e na ação dos psicotrópicos. Os psiquiatras podem atuar como psicoterapeutas, mas os psicoterapeutas não podem atuar como psiquiatras jamais podem prescrever medicamentos. Esta é uma injustiça cientifica.
- Há prejuízos para os pacientes pelo fato da psiquiatria ser separada da psicologia? – bradou curioso um jovem estudante de direito, sentado no meio do corredor.
Marco Polo ficou feliz pelo seu interesse.
- Em certos casos há, e muito. Quando um psicólogo atende um caso grave que necessita de intervenção rápida de medicação e encaminha para um psiquiatra, pode haver um intervalo de tempo perigoso até que o atendimento psiquiátrico seja feito. Por exemplo, nesse intervalo, os pacientes podem cometer suicídios,, ter surtos psicóticos ou ataques de pânico. Se os psicólogos tivessem mais dois anos de especialização em psiquiatria, poderiam estudar melhor o corpo humano, a biologia do cérebro, a ação dos medicamentos e, assim seriam capazes de prescrevê-los. Mas infelizmente existe uma disputa de mercado nos bastidores da ciência. Nem sempre o ser humano esta em primeiro lugar.”

Quanto de nossos esforços como profissionais da saúde tem como objetivo as pessoas que necessitam de nossos serviços ou são apenas esforços para saciar a sede de nosso próprio ego? 

Nau do Asfalto

“Em nome da proteção e do cuidado, que formas de sofrimento e exclusão temos produzidos?” 
(CRP/06 SP, 2012)


A *Luta Antimanicomial* é um movimento social de trabalhadores, usuários e familiares de serviços de saúde mental e população, que tem como diretriz a luta pela  reformulação do modelo de Atenção à Saúde Mental, transferindo o foco do tratamento na instituição hospitalar para uma Rede de Atenção Psicossocial, estruturada em unidades de serviços comunitários e abertos.


Esse movimento está ligado à *Reforma Sanitária Brasileira* da qual resultou a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e à experiência de desinstitucionalização da Psiquiatria desenvolvidas em Gorizia e em Trieste, na Itália, por Franco Basaglia nos anos 60. Teve seu início em 1987 em Bauru – São Paulo, com data comemorativa no dia 18 de maio.


Como processo decorrente deste movimento, temos a Reforma Psiquiátrica Brasileira, definida pela Lei 10.216 de 2001 (Lei Paulo Delgado). No esteio dessa lei temos a constante construção de uma rede substitutiva aos hospitais psiquiátricos com a criação de Centros de Atenção Psicossociais (CAPS), de Serviços Residenciais Terapêuticos, leitos de emergência psiquiátrica em hospitais gerais, de Cooperativas de Trabalho, de atenção básica à saúde, ou seja, de uma rede comunitária de atenção à saúde mental e à saúde em geral, a partir de uma política pública de saúde pautada nos princípios norteadores do Sistema Único de Saúde (SUS) -universalidade, integralidade, equidade e direito à informação.


Na semana do dia 18 de maio, serviços de saúde mental, população e entidades representativas como os Conselhos Federais e Regionais de Psicologia, comemoram em todo Brasil essa data como forma de continuar a luta por tratamentos comunitários e abertos e de resguardar os direitos humanos e civis das pessoas portadoras de transtornos mentais, dos usuários de drogas e de toda a  população em estado de vulnerabilidade.


Em comemoração ao movimento da Luta Antimanicomial, o Curso de Psicologia das Faculdades Metropolitanas Unidas convida:



PEÇA: NAU DO ASFALTO - Evinha Sampaio
Dia: 23/05 às 19:30 

Debate: Júlia Catunda, psiquiatra e video-artista
Márcia Pompermayer - terapeuta ocupacional e psicanalista

Local: Anfiteatro do Campus da Saúde. Avenida Santo Amaro, 1239

Inscrição no dia às 19:00, valendo hora complementar para os alunos das FMU.