Por Fernanda Araújo
Ano de 2010, século XXI. Orgulhamos-nos veementemente de considerar ultrapassado o período de grandes barbáries como as guerras mundiais, nos auto proclamando a sociedade da diversidade. Ainda temos orgulho de ressaltar que é justamente em nome da educação que conseguiremos atingir o maior estágio de civilidade da população.
Ano de 2010, século XXI. Orgulhamos-nos veementemente de considerar ultrapassado o período de grandes barbáries como as guerras mundiais, nos auto proclamando a sociedade da diversidade. Ainda temos orgulho de ressaltar que é justamente em nome da educação que conseguiremos atingir o maior estágio de civilidade da população.
Porém pergunto-me que educação é esta se um dos maiores expoentes da educação superior do Brasil tem seu nome manchado por preconceito e barbárie, ocorridos num evento que se intitula uma ode à cultura e aos esportes. Àqueles que não sabem do que estou falando, é bom divulgar para o conhecimento e indignação geral, alunos da UNESP realizaram durante o INTERUNESP 2010 o que eles alienadamente denominaram de brincadeira, o “Rodeio das Gordas”, no qual seres humanos do sexo masculino (se é que assim podemos classificá-los) aproximavam-se de mulheres que consideravam com o corpo fora dos padrões sociais vigentes, e fingiam iniciar uma paquera. Num dado momento, pulavam sobre as mulheres e tentavam se manter sobre estas, como se estivessem em um rodeio.
Não se trata aqui de apenas localizar os culpados e infringir sobre eles toda a culpa, condenando-os a execração. Mas sim é o momento de pararmos para pensar como nosso sistema educacional lida com preconceitos. Quais padrões e valores estão sendo difundidos de maneira que tenhamos tão abominável manifestação de preconceito. Deixo aqui algumas questões para nós:
Nós PROFESSORES, o que estamos discutindo e promovendo aos nossos alunos?
Nós PSICÓLOGOS, que sociedade é essa em que estamos vivendo, fruto de tamanho recalque que culmina em explosões descabidas e inumanas. O que faremos enquanto classe profissional?
Nós ESTUDANTES que convivemos com estas pessoas?
Nós PESSOAS, até quando iremos reproduzir os horrores e erros bárbaros de nossos antepassados?
O pior é ficar sabendo que estudantes de PSICOLOGIA faziam parte da quadrilha de acéfalos retardados. Imaginem só o tipo de profissional que essa sub-espécie vai ser?
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